segunda-feira, 9 de junho de 2008

O fundamento da pessoa




“A teologia defende a pessoalidade de Deus, em primeiro lugar, porque Deus não pode ser – por amor do ser humano, a quem interpela pessoalmente – menos do que pessoal, em sentido analógico, caso tenha algo a dizer aos humanos – pessoal, mas não uma pessoa, ou mesmo personalidade, no sentido unívoco em que isso se aplica ao ser humano. Um Deus que fosse simplesmente um «princípio» impessoal, ou apenas uma «essência», não poderia chamar o ser humano ao ser, pela palavra (Criação) ou vir ao seu encontro na palavra (história da salvação), enquanto precisamente ser humano e ser de liberdade. Em segundo lugar, a personalidade de Deus deve ser pensada, por amor de si mesmo, de tal modo que Deus não perca a sua divindade, quando se compromete, como criador e como participante no jogo da história. Isso significa: a criação do mundo não é um processo necessário, que se segue da «natureza» de Deus, ou da sua essência, pois Ele está, de modo livre, perante a sua criação e a respectiva história”.

P. Hofmann, Die Bibel ist die erste Theologie, Paderborn, 2006, 362-363.

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