domingo, 11 de maio de 2008

Esperança


Assumo a minha predilecção pela poesia. Saboreei - e continuo a saborear - este delicioso poema de Miguel Torga com tamanho gosto que não resisto a partilhá-lo. É bom sentir a nossa alma impregnada da força de uma esperança assim. Não há inércia que lhe resista, nem "combate" que não valha a pena! (Carminda Marques)

Esperança
quero que sejas
a última palavra
da minha boca.
A mortalha de sol
que me cubra e resuma.
Mas como à despedida só há bruma
no entendimento,
e o próprio alento
atraiçoa a vontade,
grito agora o teu nome aos quatro ventos.
Juro-te, enquanto posso, lealdade
por toda a vida e em todos os momentos.

Miguel Torga

Sem comentários: